Já estava mais do que na hora de abrirmos uma sessão com as informações básicas sobre Lima e o Peru. Muitas vezes recebemos e-mails com perguntas básicas, mas que de tão simples nunca havíamos dito nada a respeito, então achamos que facilitaria muito deixar todas as informações permanentemente pra vocês.
Conforme surgirem coisas novas, iremos atualizando essa aba aqui. Pra começar, falaremos de coisas que provavelmente você irá precisar, mas são informações chatas de encontrar.
VOOS
Diariamente saem vôos diretos para Lima desde São Paulo (Guarulhos), Rio de Janeiro (Galeão) e Porto Alegre. As companhias aéreas que fazem esse trecho são LAN e TAM (por mais que as duas cias. tenham se unificado, os vôos ainda são “operados” por uma ou outra, ainda não vi nenhum vôo LATAM) e também pela TACA (empresa peruana que recentemente foi comprada pela AVIANCA). Os preços das passagens variam de acordo com a temporada, mas devido ao ‘boom’ do Peru pelo mundo, as passagens estão cada vez mais caras. Por isso recomendamos planejar e comprar sua passagem com antecedência, seguramente sairá muito mais barato.
BAGAGEM
O peso das bagagens permitidas varia de acordo com a Cia. Aérea. Mas no geral, a maioria dos vôos que eu tenho tomado, é permitido somente uma mala de até 23kg pra despachar, além de uma mala de mão e uma bolsa pessoal. Por isso tem que economizar espaço na vinda se quiser fazer compras por aqui!
INGRESSO AO PAÌS
Brasileiros não precisam de visto para vir ao Peru, e pode-se entrar no país com o RG válido (com data de emissão menor que 10 anos). Entretanto eu recomendo altamente que se venha com passaporte. Vários amigos que vieram com o RG tiveram trabalho na volta – desde fazerem você abrir todas as malas, enrolarem pra fazerem o check in e até “chá de cadeira” na imigração daqui. Nada grave, todos conseguiram voltar pro Brasil sem problemas, mas, coincidência ou não, isso aconteceu somente com pessoas que não portavam o passaporte. Portanto, se quiser evitar essa encheção de saco, venha com o passaporte.
Além do documento, você irá apresentar na imigração um papel que eles te entregam no vôo, aonde se preenchem as informações como lugar de hospedagem, motivo da vigem, etc. Na chegada também, depois de retirar as malas, é obrigatório passar todas as bagagens pelo raio-x. Mesmo preenchendo e entregando uma declaração alfandegária que você não está trazendo nada que não seja permitido, todos são obrigados a passar pelo raio-x. Não é tão ruim como parece, são várias máquinas e o processo é até rápido, mas é bom estar ciente.
Transporte aeroporto – Lima – Assim que sair da área de raio-x, você verá à sua frente vários balcões te oferecendo serviço de táxi. Essas empresas são confiáveis, mas cobram absurdamente caro pelas suas viagens, e em dólar. Assim que você sair da área de desembarque, verá um guichê pequeno da empresa Taxi Green. O preço deles é tabelado por bairro, (uma corrida do aeroporto até Miraflores, por exemplo, custa S/. 45,00 – ou R$ 38,00), você paga direto no guichê e a moça te indica um motorista. Muitas vezes está cheio e é necessário esperar até que tenha um motorista disponível, mas ainda sim é mais seguro do que tomar um táxi desconhecido. O aeroporto não está localizado em Lima, mas sim em Callao (como se fosse “grande Lima”), a distância entre ele e os bairros mais visitados pelos turistas – Miraflores e San Isidro – nem é tão grande, mas o trânsito faz você levar em média 1h30 pra se locomover nesse trecho. Esse assunto nos leva ao próximo tema…
TRÂNSITO E LOCOMOÇÃO
Não vou mentir pra vocês, o trânsito de Lima é caótico. E das outras cidades que recebem um grande número de turistas, como Cusco e Arequipa, também. Lima é pior, pois a quantidade de carros e pessoas é maior, mas o caos instalado é exatamente o mesmo em qualquer lugar. Carros antiquíssimos, falta de respeito dos motoristas e pedestres pelas regras de trânsito somada à falta de fiscalização policial resultam numa equação ultra negativa. Não digo isso pra assustar vocês gente, mas acho sacanagem não dizer essa verdade nua e cruamente. E é só vindo pra cá pra entender a loucura que é. Porém incrivelmente esse caos todo não causa acidentes (a % de acidentes aqui é baixíssima se comparada a cidades desse porte e com esse panorama), mas faz com que você perca muito tempo na sua agenda.
Diante disso, a regra número 1 é:
Nunca, jamais, em tempo algum alugue um carro se você estiver aqui a passeio – Primeiro que os aluguéis de carro são caros. Segundo que os táxis são baratos. E terceiro porque você estará de férias e não vai querer se estressar com o transito daqui. Acredite.
Táxis – Acredite se quiser, Lima tem uma frota de táxis 10 (dez) vezes maior que a da cidade de São Paulo! Tá certo que, a grande maioria é ilegal, mas ainda sim a oferta é enorme, e por isso os preços são baixos. As companhias de “táxi seguro” (que funcionam com autorização da prefeitura) são tabeladas e cobram mais caro que os outros táxis, mas ainda sim muito mais baratos do que pagamos aí no Brasil.
Os táxis aqui não têm taxímetro, então se você decidir tomar um táxi na rua, pergunte o preço antes de entrar no carro, e confirme: “En soles, si?”. Pode ter certeza que, percebendo que você é estrangeiro ele já vai te cobrar mais caro (ao invés de S/. 6,00 cobrará uns S/. 10,00, por exemplo), mas pelo menos você não terá nenhuma surpresa desagradável ao chegar no seu destino.
Peça indicações de táxi no hotel, restaurantes ou museus que visitar. Eu, sempre que preciso, uso a Taxi Green (telefones: 484-4001 ou 484-4475), a Real Taxi (telefone: 215-1414) ou a Taxi Satelital (minha preferida! telefone: 355-5555). As duas últimas você pode baixar o aplicativo no celular e pedir o táxi de onde estiver, eles chegam em até 15 minutos.
Transporte público – A triste realidade é a que o transporte público de Lima é muito deficiente. Se a capital do país é assim, imagine o restante. Dentro da cidade funciona um sistema de vans, ou como eles chamam “micros”, que é difícil de entender como funciona, quanto mais tomar um deles. No geral as empresas que gerenciam essas vans são autorizadas pela prefeitura, mas assim como acontece nos táxis, existem muitas vans ilegais, que são autorizadas pra percorrerem um trecho mas percorrem outro porque tem um número maior de passageiros. Enfim.
Em contrapartida, Lima tem um modelo exemplar de Bus Rapid Transport (BRT), o Metropolitano. Um sistema de ônibus onde eles percorrem uma faixa exclusiva e que, aqui em Lima, está localizado na via expressa, que atravessa grande parte da cidade. Único porém é que a cidade é muito grande então além do BRT, as pessoas necessitam ainda sim usar os micros pra se locomoverem às outras direções.
Pra usar o Metropolitano é necessário fazer um cartão, como se fosse um bilhete único, que custa S/. 4,50. Eles possuem máquinas em várias estações, onde você insere o dinheiro (pagamento pelo cartão mais o valor que quer carrega-lo) e obtém seu cartão pronto pra uso. O custo da passagem é de S/. 2,00 e caso você não queira fazer o cartão o jeito é pedir pra alguém que está ali passar o cartão pra você, e daí você pagar pra pessoa. Recomendo entrar no site e ver se perto do seu hotel existe alguma estação do Metropolitano, de repente você consegue fazer parte dos seus passeios por ali.
CLIMA
Lima – O clima em Lima não sofre grandes variações durante o ano. No período do verão – novembro à março – é mais quente e conseguimos ver o sol, mas estamos muitíssimo longe de um verão brasileiro, a temperatura média aqui nessa época varia entre 20ºC e 25ºC. Traga bermuda, mas também uma malha leve pra noite.
Durante o inverno, o frio nem é tão forte, mas a intensa umidade nos dá uma sensação térmica mais baixa, então botas e casacos são bem vindos, mas nada exagerado pois aqui dificilmente a temperatura baixa dos 12ºC.
Cusco – Se você for à Cusco no período do verão, as chuvas são intensas, então se prepare com o que julgar melhor – capas e galochas são bem vindas, caso não queria se molhar muito em nenhum passeio externo. E durante o inverno se preparem porque o frio é de lascar! Durante o dia tem sol, mas o ar é gelado, e a noite é congelante, principalmente nos meses de junho, julho e agosto. Muitas camadas de roupa, luva e gorro são obrigatórios. Em Machu Picchu, por estar localizado mais baixo que Cusco, o clima é muito mais feliz e não tão frio. Ah, independente pra onde você vá, o uso do protetor solar é obrigatório em qualquer época do ano! Os níveis de radiação solar aqui são altos, mesmo com o sol escondido, como em Lima.
VOLTAGEM E TOMADAS
A voltagem do país é toda 220V. O complicado aqui são as tomadas, a maior parte com dois pinos chatos, nenhuma bolinha pra ajudar. Aqui não existe uma padronização oficial (eu acho, não encontrei nenhuma informação sobre isso nos sites oficiais), mas pelo que percebi na maioria dos lugares as tomadas são assim. Acredito que a maioria dos hotéis e albergues ofereçam adaptadores. Você pode trazer o seu ou também pode comprar por aqui, pois isso é algo que se encontra em qualquer supermercado e até mesmo em mercados municipais.
DINHEIRO
Taxa de conversão – A moeda peruana é o NOVO SOL PERUANO. Sempre que preciso consulto a taxa de conversão no site do Banco Central do Brasil.
Dólar ou Real – Todo e qualquer estabelecimento aqui aceita dólar. Muitos recusam as notas de US$ 100,00, mas tendo trocado todos aceitam. A circulação dessa moeda por aqui é um resquício dos tempos de instabilidade econômica, mas é fato que ao turista vem muito a calhar. Se você preferir trazer real, sem problemas, mas daí você irá conseguir trocá-los somente no aeroporto ou em alguma casa de câmbio na cidade. Já o dólar você pode trocar em qualquer agência bancária, e até mesmo em algum restaurante ou supermercado – pagando a conta em dólar e recebendo o troco em soles – que muitas vezes o câmbio desses estabelecimentos é favorável. Aqui é comum encontrar nas ruas, de Miraflores principalmente, cambistas que tem autorização da prefeitura pra trocar dinheiro. Eles andam uniformizados e, pelo que ouvi dizer, o câmbio é excelente. Mas confesso que nunca troquei dinheiro com eles, primeiro por ser no meio da rua, e segundo porque tenho medo de pegar nota falsa.
Dinheiro falso – Aqui sempre que você compra algo, mesmo que seja pago com uma nota de S/. 10,00 (a nota mais baixa da moeda peruana), a caixa verifica se a nota é verdadeira. O mesmo passa com as moedas. Que eu saiba nunca peguei uma nota falsa, e tampouco tenho segurança em dizer que sei identificar uma, mas o fato é que elas existem. Pra você não perder seu dinheiro (afinal repassar dinheiro falso é crime aqui também) e evitar ser enganado, a minha dica é a seguinte: tudo o que você for pagar que seja num ambiente mais informal e que tiver valor pequeno, como táxis, mercados municipais e de artesanato, pague com dinheiro trocado. A chance de você receber dinheiro falso como troco é muito menor, pois seu troco será menor!
Cartão de crédito – Sei que não tá fácil usar cartão de crédito brasileiro fora do Brasil, afinal nosso governo está fazendo de tudo para não gastarmos nossas dilmas no exterior. Masssss, a real é que cartões de crédito são amplamente aceitos por aqui. Bandeiras como Visa, Master e Amex estão em praticamente qualquer lugar. Único porém é que, independente do cartão de crédito ser com senha eles não vendem se você não apresentar um documento. E sendo turista eles pedem sempre o passaporte – por mais que pra entrar no país ele não seja obrigatório, muitos lojistas ignoram esse fato. Uma vez, antes de ter meu documento de residência, rodei a baiana numa loja aqui porque queriam meu passaporte e ele estava justamente na imigração, com o processo pra eu obter minha residência. No final consegui fazer a compra, mas o desgaste da briga é tanto que acho mais fácil ter o documento, sabe!?
14 Comments
Sandra
03/06/2018 at 15:52Olá,
Achei vocês por acaso e estou anotando tudo! Estou indo para O Peru no dia 11 de junho. Fiz um pacote de 13 dias de Lima até Machu Pichu passando por Arequipa, Paracas, Nazca, Puno e Cusco. Vc teria informações mais atualizadas quanto a levar reais ou não? São várias infos conflitantes… e também tenho dúvidas quanto a comprar o chip da claro para usar principalmente o pacote de dados. Grata desde já, Sandra
Manu Tessinari
11/06/2018 at 22:06Oi Sandra!
Desculpa te responder só agora mas seu comentário caiu na caixa de spam e eu só vi agora! Continua valendo a pena trazer dólar. Dá bem no mesmo, viu… Quanto ao chip da claro, não é tão pratico como no Brasil, mas funciona bem e se são quase 15 dias por tantas cidades, por que não? Você se sentirá mais tranquila talvez. De qq forma, aqui vc encontra wifi fácil. Terá mais dificuldade quando for pro interior…
boa viagem!
Manu
elisabetedasilvamachado
03/07/2015 at 08:58Amei tudo e estou mais preparada para a viagem em Lima. Muito agradecida pelas dicas. Abraço.
Manu Tessinari
03/07/2015 at 17:58Que bom Elisabete que o blog te ajudou!
Divirta-se!
abraços,
Manu
Saga Falabella e Ripley: como funcionam as grandes lojas do Peru - Cup of Things
18/03/2015 at 22:04[…] Os preços são ótimos, gente, mas o melhor é que ambas estão sempre com ofertas que valem à pena. Fiz um post especial sobre as grandes promoções que acontecem aqui, onde falo a respeito das épocas em que ocorrem e dos descontos, mas vale repetir uma coisa: muitas vezes, elas apresentam descontos condicionados ao uso dos seus cartões fidelidade – CMR, da Saga Falabella, e Tarjeta Ripley, da Ripley. Não fique triste caso você se apaixone por uma peça que tenha esse desconto condicionado, espere no caixa por um cliente que tenha o cartão da loja e peça pra passar a sua compra no cartão dele. Daí você paga o valor, EM DINHEIRO (Novo Sol ou dólares) pro caixa que ele abona na hora o valor no cartão da pessoa. É super comum fazer isso aqui e ninguém vai achar estranho se você pedir. A maioria até gosta porque consegue acumular no cartão dela os pontos pela sua compra (que ela pode depois trocar por outras coisas da loja). Então não vacile e, no dia de compras, vá com dinheiro vivo! Não preciso falar que as lojas aceitam também dólares, cartões de crédito e débito, mas sempre pedem um documento de identidade junto e, no caso de estrangeiros, o passaporte. Leiam mais sobre isso aqui nas infos básicas. […]
Informações básicas sobre o Peru - Cup of Things
27/02/2015 at 14:01[…] Infos Básicas […]
Morro Solar: passeio e mirante no bairro de Chorrillos - Cup of Things
27/02/2015 at 13:59[…] Infos Básicas […]
Ana
20/07/2014 at 07:21Parabéns seus posts são muito bons, objetivos e esclarecedores.
Eu e meu marido iremos para o Peru em novembro e usarei as dicas deixadas por vc, obrigada!
Bia Kuntz
01/08/2014 at 02:11Que bom que ajudamos vocês, Ana!
Ficamos felizes em saber.
Um abraço e boa viagem pra vocês.
Bia.
Guia de Compras em Lima: Promoções! - Cup of Things
12/07/2014 at 12:25[…] Infos Básicas […]
Luiza
09/03/2014 at 07:27Viajei para o Peru em junho do ano passado e a bagagem que podia levar eram 40kg na Tam e outra vez que fui de Taca (em 2012) eram 35kg.
Tive um pouco de dificuldade em usar cartão de credito em cusco, puno e principalmente aguas calientes, a maioria dos lugares não aceitam e os que aceitam são os lugares mais chiques ou starbuks e afins. Muitos não aceitam débito, só credito.
Já andei de ‘micros’ em Lima, sai da Benavides e fui até a Arequipa em frente ao mercado inca e só papel 1 sol, foi divertido mas a condição do transporte é mesmo precária.
Achei o câmbio de reais bem melhor, troquei em casas de câmbio no centro.
Adoro o blog, sempre leio só para lembrar das minhas viagens.
Manu Tessinari
17/03/2014 at 20:57Oi Luiza, obrigada pelo seu comentário. Super útil! A única coisa que já não esta mais valendo é o peso da bagagem. Baixou para 23kg desde meados do ano passado, infelizmente.
Abraços,
Manu
Eveline ferreira
17/02/2014 at 05:58Tenho dúvidas em relação a compras, por exemplo, quero trazer para o Brasil roupas e bolsas, e já pensando nisso vou levar uma bagagem bem pequena, dai posso trazer essas mercadorias sem problema, pois será para meu uso, como faço? Você pode me mandar mais informações, estou querendo ir em dezembro. Agradeço desde ja.
Manu Tessinari
26/02/2014 at 16:54Oi Eveline,
Não tenho muito o que acrescentar. Se você virá com pouca bagagem e suas compras são para uso próprio, você só terá que respeitar as leis e cotas brasileiras da alfândega. Nada mais.
Abraços,
Manu