Chicama, ao norte do Peru, é conhecida por surfistas do mundo todo por ter a esquerda mais longa do mundo. O comentário do Surf Trips resume bem: “Chicama nos seus dias clássicos parece mais uma máquina de fabricar ondas com sessões tubulares rápidas, sessões que deverá atrasar para não perder a onda e sessões com parede bem cheia e fácil para manobrar a vontade.” Claro que isto encanta meu marido surfista-das-horas-vagas e, numa das vezes que viajou pra lá, eu e nossa filha decidimos acompanhá-lo.
Muitas vezes, os destinos de surfistas podem ser bem chatos para as esposas e os filhos, que ficam em lugares sem estruturas e sem ter muito o fazer. Não é o caso de Chicama. Lá, o Chicama Surf faz toda a diferença e é certeza de um fim de semana divertido.
O hotel é pequeno, mas bem estruturado. São quartos grandes, com 2 camas de solteiro que eles transformam em cama de casal, quando necessário. O banheiro também é espaçoso e funciona bem. Há ainda no quarto uma varanda charmosa que dá para um bem cuidado jardim. Os quartos não possuem frigobar, mas há serviço de quarto. Há internet grátis em todas as áreas do hotel. Outro ponto positivo do hotel é que os quartos ficam todos em uma área separada do edifício principal, onde estão as áreas comuns, trazendo mais silencio e tranquilidade.
Charmoso e aconchegante, o hotel oferece bons serviços. Tem piscina de adultos e infantil, salão de jogos, sala de televisão e uma pequena biblioteca com livros em diversos idiomas. Pensado para surfistas, o hotel ainda conta com uma jacuzzi, sala de ginástica e massagem, tudo para que o surfista se recupere para o outro dia. Claro que pode ser usado por todos, mas devo confessar que os acompanhantes ficam curtindo a piscina e o sol mesmo.
O restaurante e bar são totalmente integrados à piscina e você tem uma vista linda do mar onde quer que você esteja. Você tem também a possibilidade de tomar o café da manhã à beira da piscina. O sistema de refeição é pensão completa e a la carte. Você escolhe o que quer comer, a que horas e onde e eles avisam quando estiver pronto. Pratico e tranquilo. A comida é simples, mas bem feita e o cardápio tem uma variação razoável.
O que senti falta mesmo, no hotel, foi de um parquinho, para as crianças menores terem mais uma diversão. Simples de fazer e eles não tem noção do quanto é importante para uma mãe. Outra coisa que senti falta foi de um apoio na praia. Eles poderiam oferecer sombrinhas, cadeiras e bebidas simples para quem está curtindo a areia e o mar.
A Praia
A praia, como a maioria das praias do Pacífico e do Peru, não é muito amigável. Pra gente que vem de água clara, areia branca e mar frio, é sempre um pouco decepcionante (até hoje não me acostumei) esta água gelada-congelante-anestesiante do Pacífico, a área mais escura e dura também é a maioria por aqui. O povo daqui acho que nem se anima muito e só em olhar já estão satisfeitos. Para se ter uma idéia, da pousada, eu era a única de descia pra praia todos os dias (e com toda a tralha mãe-super-protetora).É um pouco perrengue, devo admitir, já que o marido está no mar e na praia não há nenhum tipo de apoio (saudade das barraquinhas, sombrinhas para alugar, serviço de água de coco…), mas está valendo. Eu curtia um pouco a praia, subia pra piscina e a tarde íamos a praia caminhar, catar conchinha, curtir o por do sol maravilhoso do lugar.
O Surfista
Bom, aqui é a parte mais legal que eu achei do resort. O surfista é tratado como rei. Até brinquei com meu marido que o hotel era pra surfista preguiçoso, porque o serviço é pra mimar mesmo. Primeiro que o hóspede é sempre tratado pelo nome. Depois, além da massagem, da jacuzzi e da academia, o surfista tem a sua disposição um barco para levá-lo ao pico onde estão as ondas. E não é só isto. O barco fica lá a disposição para que o surfista voltar para o pico depois de ter pego uma onda. Quando volta ao hotel, é recebido por dois rapazes que são responsáveis em lavar e guardar a roupa e a prancha (e, caso necessário, conserta-la também). O surfista toma uma ducha, recebe o cardápio para escolher o prato e escolhe o horário. Aí vai curtir o que quiser. É ou não é uma mordomia??
Como chegar
As companhias aéreas Taca e Lan Peru voam de Lima a Trujillo. O aeroporto de Trujillo é bem pequeno, porém bem estruturado. Há três formas de chegar a Chicama:
a) Taxi: diversos taxis na porta de desembarque oferecem o serviço. Claro que eu desaconselho, já que não se sabe a segurança do carro e do motorista.
b) Traslados: você pode fechar diretamente com o próprio hotel. Eles terceirizam o serviço e nós tivemos um pequeno problema. O taxista foi nos buscar e queria colocar as malas dentro do carro porque o porta-mala estava cheio. Quis verificar o que tinha no porta-malas e era gasolina para o barco de surf. Achei um absurdo e informei que não viajaria com 2 galões de gasolina no porta-malas, extremamente perigoso. Eles aceitaram e resolveram o problema rápido antes de seguir viagem. No traslado de retorno, utilizaram uma van com muito mais conforto e segurança.
c) Alugar um carro: não acho necessário a não ser que você queira explorar outras praias da região. No aeroporto, há uma locadora chamada Rent a Car San Jose.
Na próxima vez que seu marido inventar de surfar no Peru ou você quiser levar sua esposa numa surf trip, vocês já sabe onde ir.
2 Comments
Wellington Esterque
13/02/2015 at 12:54Pow, legal o tópico, vou mostrar pra minha esposa pra ver se ela anima. Abcs
Manu Tessinari
17/02/2015 at 11:28Boa sorte!! Não é tanto legal como pra os surfistas ;-), mas dá pra se divertir e descansar!
Abraços,
Manu