É fato que, depois de morar no Peru, a gente inevitavelmente desenvolve um paladar mais exigente. Porque aqui, em qualquer lugar que se coma, é tudo sempre muito fresco e, mesmo os pratos mais simples, são detalhadamente elaborados. Logo que nossos amigos se mudaram para Bogotá, a maior queixa era de que a culinária dali não chegava nem aos pés da peruana. Porém, depois de alguns meses na capital colombiana, naturalmente, eles conheceram bons restaurantes e nós não poderíamos estar mais satisfeitos durante toda nossa visita.
Logo que chegamos, na sexta-feira, tínhamos reserva no Harry Sasson. O lugar tem um jardim lindo na entrada e, logo depois do hall, a gente se vê diante de um bar moderno. Ao fundo, a adega traz um charme especial ao restaurante. A iluminação e a decoração tornam o ambiente muito agradável e com um clima bem jetsetter. Eu não sabia, até então, que esse restaurante ocupa a 43ª posição no ranking dos 50 melhores restaurantes da América Latina 2014, de forma que fiz meu pedido despretensiosamente e qual não foi a minha surpresa ao provar o mero defumado com ragu de berinjela. Simplesmente divino.
No dia seguinte, fizemos o passeio ao Cerro de Monserrate e decidimos comer por ali mesmo. No Cerro existem dois restaurantes: o Casa Santa Clara, com comida regional, e o Casa San Isidro, de culinária francesa. Como a noite íamos comer comida típica, decidimos pelo restaurante San Isidro. A comida é boa, porém bastante previsível e o serviço deixou um pouco a desejar, apesar de ser um restaurante gourmet. Indiscutivelmente, o melhor do restaurante é a vista que ele proporciona da cidade de Bogotá. Não posso dizer que é ruim, mas achei um restaurante meio “pega turista”, sabe? Caro para o que oferece. Se tiver tempo e puder segurar a fome, recomendo comer quando estiver de volta à cidade.
No sábado à noite, fomos ao restaurante Andrés Carnes de Res. Esse lugar é tão único e diferente que a comida acaba sendo coadjuvante na história toda, mesmo tendo ocupado o 24º lugar na lista dos melhores restaurantes da América Latina em 2013. É especializado em carnes e parrillas, que são realmente deliciosas, mas o borogodó deste lugar está mesmo no seu ambiente, na música, na decoração com overdose de informação e detalhes artesanais, nos guapíssimos garçons (e garçonetes), na festa que eles fazem pros clientes que vão pela primeira vez… enfim! Falarei um pouco mais sobre ele no post sobre as atrações da cidade.
No domingo de manhã, o marido fez a prova de 21k, então o almoço tinha de ser reforçado. Aproveitamos que estávamos no bairro de Usaquén, famoso pelos seus restaurantes, e almoçamos por ali mesmo, no romântico Il Pomodoro. Italiano charmosinho e rústico, próximo a feira de artesanato do bairro. Tudo o que comemos estava maravilhoso. Os pratos das crianças – bife e batata frita e um nhoque quatro queijos – também fizeram sucesso. Todo mundo adorou o que comeu, mas o Rigatoni a Puttanesca foi o meu preferido mesmo. O serviço é um pouco atrapalhado, mas compensa pela simpatia.
O El Corral é uma rede de lanchonetes colombiana com mais de 200 lojas por todo país, além de franquias nos EUA, Panamá, Equador e Chile. Deixa as redes gringas de fast-food no chinelo, já que os ingredientes são frescos e os lanches infinitamente mais saborosos. Tem pra todos os gostos: cachorro quente, lanches com filé, peito de frango, hambúrgueres mais sofisticados ou o bom e velho pão com ovo. O cardápio conta também com alguns pratos, mas nós nos dedicamos mesmo aos lanches e não nos arrependemos. Sem contar que um sanduíche sempre sai mais em conta do que comida, e esse ainda é BBB – bom, bonito e barato.
O hotel Click Clack, localizado na nobre Zona Rosa, abriga o interessante 100 grs. Como o nome já diz, o restaurante possui apenas pratos com cem gramas (de comida, não o prato utensílio em si 😉 ). O intuito é que o cliente deguste vários pratos, podendo provar os sabores distintos oferecidos no vasto menu. É algo bem diferente. Estávamos em 4 pessoas e pedimos 15 pratos no total, alguns muito bons – que repetimos – outros nem tanto, mas não tivemos nenhuma grande decepção. O lugar é um show à parte! A decoração com objetos de design moderno e outros vintage, além de utensílios reutilizados como potes de geléia para servir os sucos, deixam o local com um charme especial. Imagino que à noite deve ter um ar bem mais cool do que durante o dia. A desvantagem é o preço: cada prato custa, em média, 15 mil pesos (cerca de R$ 18,00) e, no final, com bebida e sobremesa a brincadeira pode ficar um pouco salgada. Não é um restaurante pra almoçar todo dia, mas, na minha opinião, um dos mais instigantes de se conhecer.
Por último, mas não menos importante, fomos ao Gaira Cafe Cumbia House, que pertence a família do cantor Carlos Vives.
** OBS: No Brasil não temos muito a cultura de escutar música latina, mas o Carlos Vives é um cantor colombiano super famoso em seu país e em todos os países hermanos. Suas músicas são lindas e românticas e os clipes sempre capricham na produção. Se interessou? o canal dele no youtube é esse aqui. Recomendo demais!**
O Gaira é um bar e restaurante com música ao vivo todos os dias. Sempre muito animado e cheio. Se você der sorte pode encontrar o próprio Carlos vives cantando por ali (infelizmente, não foi o nosso caso). Fomos na segunda-feira à noite e tivemos que sentar no mezanino pois embaixo todas as mesas estavam ocupadas. A comida é bem típica e saborosa. Ali comemos arepas de ovo, chicharrón de porco e algumas carnes. Provamos também a colombiana, refrigerante local que lembra a saudosa taubaína vedete. Vale muito! Não só pela boa comida, mas também pela excelente trilha sonora.
Além destes existem muitas outras opções saborosas na cidade, é só ficar de olho e não deixar de provar nada!
🙂
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