2 In Arequipa/ Gastronomia/ Peru

Arequipa: Onde comer?

Assim como fiz com os passeios, pesquisei os restaurantes de Arequipa na internet e no tripadvisor. Muito otimista, eu só queria comer nos restaurantes típicos Arequipenhos e não tinha a menor intenção de comer algo que posso encontrar aqui em Lima.

A comida aqui (no Peru) é todo um tema. Ao mesmo tempo em que é maravilhosa, com ingredientes frescos e saudáveis trabalhados por chefs renomados, possui uma gama de temperos, sabores e preparação muito diferentes dos nossos. Todos dizem que quem passa a viver aqui acaba tendo, mais cedo ou mais tarde, uma infecção intestinal. É como se fosse um marco do seu corpo se acostumando com os fortes temperos peruanos. MAS… Como eu e o marido nos achamos OS peruanos nativos, nem consideramos mais essa hipótese e comemos felizes tudo o que temos vontade, afinal já somos super “locais”. Ha-ha-ha, Arequipa nos reservou mais esse novo aprendizado. Lá tivemos boas e más surpresas em relação aos restaurantes, e aí segue a nossa experiência.

Restaurante Zig Zag - entrada e salão.

Restaurante Zig Zag – entrada e salão.

Zig Zag Restaurant – Número 1 nas avaliações do tripadvisor, esse restaurante é muito merecedor do seu posto. Foi, de longe, nosso preferido. Ambiente aconchegante, serviço eficiente (e rápido) e comida deliciosa. Estávamos cansados e com muita fome, não havíamos feito reserva mas não tivemos problema em relação a isso – fomos almoçar tarde pois preferimos tirar um cochilo assim que chegamos na cidade, e encontramos o restaurante praticamente vazio. Mas se preferir ir à noite, não se arrisque, faça reserva pois sempre está cheio.

Eu com o "babador"; as ilustrações - humor negro divertido.

Eu com o “babador”; as ilustrações – humor negro divertido.

De entrada nos serviram pães feitos ali mesmo (integral e de batata), acompanhados de manteiga de alho, manteiga de azeitona preta e um patê de salsinha, azeitona verde e alho. Para fãs de alho (como eu), tudo maravilhoso. Pedimos pratos que são especialidades da casa, servidos na pedra vulcânica. Eu pedi um trio de peixes acompanhado de batata cozida e ratatouille e o marido uma carne com purê de batatas e salada. Antes de trazerem os pratos eles trazem tipo um “babador” pra te proteger dos respingos – a carne na pedra vulcânica vem ainda grelhando e a gordura espirra mesmo, então o uso é obrigatório. O melhor são as ilustrações – “irônicas” imagens dos animais que comemos perseguindo seus caçadores. Eu adorei!

Trilogía de pescados - salmão, paiche e truta servidos na pedra vulcânica.

Trilogía de pescados – salmão, paiche e truta servidos na pedra vulcânica.

Bife angosto - servido na pedra vulcânica.

Bife angosto – servido na pedra vulcânica.

De sobremesa pedimos um trio com as especialidades da casa, o que incluía o queso helado. Queso helado é algo típico de Arequipa, que tem na sua preparação mais básica leite, coco e baunilha. Na verdade a aparência e o gosto são muito similares a de um sorvete, a consistência que é um pouco menos cremosa, mas é muito bom também.

La dulce trilogía - queso helado de maracujá. sorvete de creme com calda de frambosesa e mousse de chocolate.

La dulce trilogía – queso helado de maracujá. sorvete de creme com calda de frambosesa e mousse de chocolate.

Lá você tem a oportunidade também de provar a carne de alpaca, mas não foi dessa vez que nos aventuramos. Dizem que é riquísima, pra quem gosta de novos sabores, vale a pena. O preço deste almoço ficou em torno de S/. 150,00 (ou R$ 115,00) o casal, já com a gorjeta.

La Trattoria del Monasterio – Restaurante pequeno e aconchegante ao lado do Monasterio de Santa Catalina. É necessário reserva, pois à noite está sempre cheio. Restaurante especializado em massas, mas como eu não sou lá muito fã de macarrão, pedi um quinuotto (é tipo um risotto, mas de quinua, não de arroz) com um filé de corvina e o marido um filé com raviole aos 4 queijos. Pedimos de entrada também um solterito – típica “salada” arequipenha, com queijo fresco,tomate, manjericão e favas – mas a blogueira de primeira viagem aqui estava faminta e só lembrou de tirar foto deste prato quando estava acabando de comer (e estava delicioso, diga-se de passagem).

Pãezinhos de entrada, Quinuotto com filé de corvina e Filé a três pimentas.

Pãezinhos de entrada, Quinuotto com filé de corvina e Filé a três pimentas.

O preço regula com o que pagamos no Zig Zag. Gostei do restaurante, mas não amei, o marido que curte uma massa achou bem gostoso, mas também nada incrível.

La Nueva Palomino – É uma picantería, restaurante típico arequipenho. Embora uma colega de trabalho do marido, que é de Arequipa, tivesse nos recomendado outro lugar, vimos a avaliação do La Nueva Palomino no tripadvisor e decidimos por conhecê-lo. O restaurante fica no bairro de Yanahuara, e fomos lá no dia que estávamos conhecendo aquele lado da cidade.

La Nueva Palomino

La Nueva Palomino

O restaurante é grande, daqueles que você entra num salão que dá pra um jardim que tem acesso a outra sala… O ambiente é super agradável, o serviço muito simpático e a carta variada. De entrada pedimos um queijo frito (o queijo é produzido de forma artesanal lá mesmo), o marido que não gosta de nada muito “diferente” pediu um frango ao vapor e eu fui de rocoto relleno.

Confesso que me decepcionei. Todos os rocotos rellenos que comi em Lima eram muito melhores, sem contar que a comida estava fria. O marido também não curtiu muito o frango que pediu. Da entrada eu comi uns três ou quatro pedaços de queijo, enquanto o marido comeu quase todo o resto. Aí estava problema! Quando voltamos ao hotel, nenhum dos dois se sentia muito bem. Eu sentia só um mal estar, mas o marido estava com 39,5 de febre! Como não comemos as mesmas coisas, e o único que coincidimos foi o queijo – que eu comi muito menos que ele -, concluímos que foi isso que não nos caiu muito bem. No dia seguinte, ao chegarmos a Lima, o marido entrou no antibiótico pra curar a infecção intestinal.

Canchita, Queso frito, Rocoto relleno e Frango ao vapor.

Canchita, Queso frito, Rocoto relleno e Frango ao vapor.

A nossa experiência no La nueva Palomino não foi das melhores, mas prefiro pensar que nós demos azar dessa vez. Não acredito que lá seja um restaurante ruim. Estava lotado, sem contar que o preço é bem amigo.

Tanta Arequipa.

Tanta Arequipa.

Acabou que não saímos jantar no sábado (fiquei de enfermeira e comi algo no hotel mesmo) e, no domingo antes de voltarmos, preferimos comer em um lugar onde já conhecíamos o cardápio, e fomos ao Tanta de Arequipa – já declaramos nosso amor ao Tanta aqui. Tínhamos nos programado para ir conhecer outra picantería, a Sol de Mayo (a que nos foi recomendada), mas ficou pra uma próxima visita.

A lição que levamos disso tudo é: moderação! hehehe… Mas não ficamos traumatizados, não! Sou a favor de conhecer e provar todos os tipos de lugares! E o saldo dessa experiência gastronômica em Arequipa foi positivo a pesar do ocorrido!

 

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2 Comments

  • Reply
    livia correa
    14/11/2013 at 08:09

    Oi, Manu.
    Como vai?
    Vou te contar um pouquinho da minha história pra saber se você pode me ajudar…
    Estive semana passada em Lima e em Mancora.
    Sou recém formada em Relações Públicas, estou extremamente infeliz no meu trabalho atual, louca para expandir os horizontes e ter a experiência de morar em outro país.
    Me identifiquei muito com a cidade e vi aqui no blog que a Priscilla é formada em Relações Públicas e também trabalha com assessoria. Não consegui entender se ela mora em Lima também, mas se sim, gostaria do email dela para pegar algumas dicas sobre o mercado e as oportunidades da nossa área na cidade.
    Desde já, muito muito obrigada desde agora!
    Beijos,
    Lívia

    • Reply
      Manu Tessinari
      13/12/2013 at 15:58

      Oi Livia, tudo bem?

      A Pricilla vive em SP, não trabalha aqui não… Toda a parte de Lima é escrita por mim e pela Bia. Eu sinceramente não saberia te dizer como está o mercado aqui para sua área, mas posso te dizer que Lima é uma cidade de muitas oportunidades, porque o país está crescendo, enriquecendo e se abrindo para o mundo. Tem muita empresa e gente de fora entrando no mercado, principalmente espanhóis. Acho que o melhor que você tem a fazer agora é acompanhar um pouco a mídia local (jornal El Comercio) e procurar na net os sites de emprego. Quem sabe…

      abraços e boa sorte!

      Manu

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